A mediocridade de tudo me espanta e inquieta.
Eu sofro, nada mais é bonito.
Eu morro, torno-me infértil.
Não sou capaz de ser grande, nem tampouco de amar absolutamente, não sou nada.
Oco como o nada. Um nada monstruoso e estarrecedor.
Sou como a terra seca e sádica, uma paisagem sem beleza e razão.
Eu não derramo uma lágrima, mas já não sei ficar de pé.
A covardia me alicia.
E o medo.
Ainda estou tão fraco: eu não tenho ossos.
E nada, nem razão nem desabafo mostram a verdade.
As palavras são um grito: despejo-as para não sufocar.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
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12 comentários:
"As palavras são um grito: despejo-as para não sufocar." é uma forma de não-morte.
Abraços.
Poesia é antídoto pra isso meu querido amigo. Logo vc transforma isso em arte, como aliás, já o fez...
se vc tiver um tempinho, passe no Spleen rosa-chumbo, que está devidamente atualizado e falando sobre colocar a culpa no vinho...
Grande abraço
Concordo com o Adriano, realmente faz todo sentido!
Abraço meu querido felipe
plac, plac, plac
Eu me sinto assim, quando quero muito mudar ou resolver alguma coisa, mas me sinto impossibilitada.
Tão sincero e urgente!
Beijos, felipe
Caramba, Felipe,lí e reli incontáveis vezes suas palavras. São os meus sentimentos também e eu poderia tê-lo escrito palavra por palavra (se tivesse seu dom e sua sensibilidade, claro). Exceto no lance das lágrimas... Forte abraço.
http://quasepoema.zip.net
Caramba, Felipe,lí e reli incontáveis vezes suas palavras. São os meus sentimentos também e eu poderia tê-lo escrito palavra por palavra (se tivesse seu dom e sua sensibilidade, claro). Exceto no lance das lágrimas... Forte abraço.
http://quasepoema.zip.net
Lindo!
Parece música....
Bjs
Grande e forte. E ensurdecedor. Lindo!
"Terra seca e sádica", bela figura.
E que bom que não sufoca transformando esses gritos em textos tão bons. Muito bom aqui. Virei mais.
to fazendo um trabalho sobre arte pop e pesquisando uma imagem de richard hamilton "o que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?", achei seu blog. muito bom o subtítulo. tenho muitos roteiros de filme inacabados, portanto me identifiquei muito. a poesia "incólume" também está muito boa. certa vez também escrevi algo sobre os ossos:
"os ossos se torciam e saíam gotas deles assim como um pano molhado sendo torcido".
bons escritos!
nunca pare de escrever!
mayra meira
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