sábado, 8 de novembro de 2008

05:55

Estou buscando, estou tentando encontrar.
É um erro?
Melhor seria descartar o que foi vivido e desaperceber-se?
E desapercebendo ressucitar?
Eu não toco ninguém; eu canso.
É um cansaço doído e permanente, uma grande onda que só incomoda, não destrói.
Uma tsunami tímida.
É como se às cinco e cinquenta e cinco o despertador soasse e eu me levantasse sem despertar.
E então sonhasse, e então quisesse e comesse: sem despertar.
E sem despertar eu novamente dormisse e de novo quisesse.
Quisesse dinheiro. Ou amor. Ou quisesse não saber.
Toda dor é um motor.
Um motor potente - ainda que sem pressa.
Toda dor é uma
q
u
e
d
a.
Uma queda igualmente potente.
É quando Deus nos larga por um instante breve e logo nos toma de volta, embora a sensação seja de constante desamparo.

6 comentários:

Flávia disse...

toda dor é um motor...

Eu sempre me acho por aqui. Sei lá, vc deve mesmo ser muito parecido comigo...

Guto Oliveira disse...

A dor vibra, impulsiona. Depois da queda a gente cuida das feridas e segue em frente... Boa semana, Felipe. Abraço.

http://quasepoema.zip.net

Vâmvú disse...

Toda dor é um motor... toda dor é uma queda...

Ótimo!!!

Parabéns pelos textos.

Voltarei mais vezes...
Abrçs

PS: Vi no seu outro blog que deve ser fã do Jason (Mraz)... Mas ele é bom mesmo...(rs)

Beto Canales disse...

Ótimo, ótimo

Robson Schneider disse...

Felipe
lendo seu texto me voltou a sensação de quando estou sonhando...acordo...e tento retornar desesperadamente pra ele, as vezes da certo.
Abraço meu querido

Jana Lauxen disse...

Ou quando acreditamos que existe mais um degrau, e nosso pé procura apoio no vácuo.
Acabaram-se os degraus e durante alguns segundos, não temos mais chão.

Sorte que passa.
E logo nos damos conta de que a escadaria chegou ao fim.

Um abraço
:)