sábado, 13 de setembro de 2008

Transcendental


Eu não sou somente a favor da Guerra do Vietnã, mas a favor de todas as guerras. A guerra é uma empresa saudável, gloriosa. Faz com que os homens sonhem, traz à tona paixões recalcadas, é uma época de esperanças e grandes ilusões. Com isso, com sua intensidade, faz com que a arte, a ciência e as idéias se desenvolvam. Do ponto de vista erótico, as guerras desencadeiam impulsos reprimidos e estimulam a sensibilidade das pessoas. E veja: além de tudo, se houvesse paz o tempo inteiro, nós seríamos vítimas de uma mortal monotonia.
Salvador Dalí, pintor espanhol ao responder a pergunta "Atualmente, acho que você é a única pessoa do mundo a favor da Guerra do Vietnã, não?" feita pela revista veja, em 1971.

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá....nunca vi a guerra desse ponto de vista(bom acho que ninguém nunca viu) só não concordo com o final que ela diz q a paz seria uma monotonia, como se sabe se a paz não dura nunca para sempre? abraços e boa semana!

Anônimo disse...

pense nos instintos aflorados nas vietnamitas estupradas por soldados ;P

abraço cara!

Felipe Lima disse...

Ontem, depois de assistir a Ensaio Sobre a Cegueira compreendi claramente - profunda e claramente - o que Salvador Dalí quis dizer ao responder essa pergunta. Ele quis dizer exatamente o que disse. Não é uma questão de estar ou não a favor das guerras, mas do que elas despertam inevitavelmente. Concordo. Com todas as linhas.

Guto Oliveira disse...

Oi Felipe, confesso que não sou favorável a guerra alguma, especialmente a essa do Vietnã. Mas de qualquer forma o pintor me pos a pensar. Tenho que concordar que as guerras estimulam a ciência, as artes e as paixões, mas não tenho nenhuma urgencia com essas coisas, acho que elas viriam de qualquer forma, a seu tempo. E eu sou totalmente da paz. Queria um mundo de paz e fraternidade. Sou um romantico incurável. Mas quero dizer, como aquele poeta, que mesmo não concordando com o que ele diz, defendo até a morte seu direito de dizê-lo. // Boa semana, amigo. Um abração.

Anônimo disse...

Eu acho a guerra um funil onde realmente na maioria das vêzes, sobra o que é de mais forte, mais sórdido e mais incapaz. Sobre as artes, acaba que se torna um assunto de sobrevivência. Sob o ponto de vista erótico e a tal sensibilidade aflorada, basta que se dê atenção aos números de crianças, filhos de estrupos, ou de mulheres com a vida emocional eternamente comprometida. E gosto muito da obra de Dalí, por incrivel que pareça. Um beijo grande, Felipe.