quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O ovo

Meio dia (um dia pela metade).
Procuro - ininterruptamente - aquele abrigo.
Vasculho os ponteiros.
Finjo dormir, enquanto a escuridão me descobre: uma sutil descoberta de desapego.
Um sorriso, enquanto todos incompreendem as verdades tímidas.
Me canso, abro espaço para o ódio - o ódio compreende.
Nem as palavras ordenam-se mais, num desespero sutil para desprenderem-se do papel: reflexos de um surto de mediocridade fatal.
Um ser transcendental, um antigo, um míope. Num jogo indecifrável, a minha alma precisava de um corpo: o meu. O seu. Um nosso.

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