terça-feira, 15 de julho de 2008

Descalços

Descalços, seus pés em meu colo e você diz diversas vezes que me pertence.
Faz cara de manha, abaixa o tom de voz (eu morreria para que aquele instante nunca acabasse).
Estremeço ao menor sinal de aproximação do seu corpo.
Nossos pêlos, sua boca. Boca de mulher, suave.
Você me faz perguntas e eu tropeço, várias vezes.
Engasgo, fico bobo.
Nunca sei o que você ia querer escutar.
Me preocupo: eu sou o que você gosta? (Não quero te perder).
Minha cor predileta é verde-musgo.
Filmes. Comida. Fotografia. Sexo. Amor.
Noites e madrugadas. Boas conversas. Conversas.
Fins de semana.
Gestos simples que representam grandes sentimentos: não revelados ou escancarados.
Chuva, piso de madeira. Pés no chão sempre que possível.
Sonhos muito grandes.
Você. Você. Você. Vocês. Vocês.
O caos, a ordem e todas as antíteses, contradições e incoerências.
O mundo. O nosso.
(Porque) nós estaremos sempre por aí. Vagando - com ou sem movimento - otimistas, cansados, distantes, diferentes, os mesmos.
Eu e você. Você e eles.
Nós todos de uma vez no olho do furacão, na brisa leve.
Tudo.
Às vezes, nada.
Vivos.
Tentando.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você fala muito sobre um amor agoniado, Felipe. E apesar disso, eu recebo toda a carga de ternura que você embute em cada letra de cada palavra, de cada texto teu. E amo!....E absorvo de maneira a ficar exatamente do meu tamanho. Um beijo. Na alma....