segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A solidão amparada

----------- como definir o que é essencial? Como controlar, comedir o desejo de atingir o inalcançável? Eu falo de sonhos e angústia. Das coisas que estão longe, da inadequação e da invisibilidade de ser.
Uma ilusão que se prolonga na permanência de uma fé intermitente – tudo é intermitente: o próprio tempo e o amor na condição do Cristo - mesmo o amor é intermitente e não deveria. E a lucidez.
É uma lucidez que se conforma em não ser nada. Um engano.
O sentido é a busca da calma e a calma também é incerta. Se não faz sentido e se sente é tão ruim como parece? Eu falo de aflições, redenções e coisas já vistas. Eu poderia sonhar com o insustentável? Eu poderia me sustentar das estruturas condenadas? E dessa coexistência ainda ter o céu?
A etimologia do entusiasmo deve ser constante. O poder da palavra ouvida e íntima, sentida como instrumento de comunhão entre o divino e o resto.
Eu esperava exatamente essas palavras, porque eu – como ser – sou mesmo muito previsível.

Um comentário:

Flávia disse...

Eu não sei bem por quais palavras espero. Nem sei se ainda espero, ou se já as esqueci mesmo sem tê-las encontrado.